segunda-feira, 11 de abril de 2016

Música: Bullets On The Altar
Banda: Almah
Álbum: Motion (2011)
Compositor: Edu Falaschi




Capa do Álbum:




O Massacre de Realengo 


A letra da música Bullets On The Altar da banda brasileira Almah foi escrita baseada (e também uma forma de homenagem às vítimas) em uma tragédia que ocorreu em Realengo, no Rio de Janeiro, zona oeste da cidade. Na manhã do dia 7 de abril de 2011, um homem chamado Wellington Menezes de Oliveira adentrou a Escola Municipal Tasso da Silveira se identificando na portaria como ex-aluno (o que de fato era) e que iria participar de uma palestra de ex-alunos que acontecia no local. Portando dois revólveres, um calibre 38 e outro 32, e um dispositivo que tinha a finalidade de recarregar mais rapidamente as duas armas (Speedloader), depois de ganhar o terreno da escola se dirigiu a uma das salas da escola no primeiro andar e começou a disparar nos alunos sem dizer uma só palavra. Os primeiros disparos foram direcionados aos que estavam sentados nas primeiras carteiras da sala, depois se dirigiu a sala em frente e fez mais disparos nas crianças. Wellington recarregou as armas ao menos umas cinco vezes e fez cerca de 60 disparos no total segundo testemunhas. Nesse tempo os que estavam na primeira sala foram em direção a saída da escola e chamaram policias que estavam nas proximidades realizando uma blitz, estes entraram na escola e um deles acabou se deparando com atirador que apontou sua arma em direção ao policial que o baleou na perna. Ao cair ferido, Wellington cometeu suicídio.
Morreram nessa tragédia 12 alunos, sendo 10 meninas e 2 meninos e outras 12 crianças ficaram feridas. Algumas hipóteses foram levantadas na época do crime, uma seria a de que o rapaz de 23 anos sofria bullying quando foi aluno na escola e que isso o teria motivado, informação essa baseada na carta de suicídio que ele deixou. Investigações apontaram também que ele fazia pesquisas sobre atentados terroristas e grupos fundamentalistas religiosos. Após o ocorrido, Wellignton ficou 15 dias na geladeira do IML esperando algum parente fazer a liberação do corpo, o que não ocorreu e assim foi enterrado como "sepultado não reclamado identificado" no Rio de janeiro.
Em homenagem às crianças foi criado um memorial ao lado da escola com esculturas de crianças usando mochilas e livros como degraus, correndo em direção ao céu, sendo que o mesmo foi uma sugestão de 11 dos 12 pais das crianças mortas, (que tinham entre 13 e 16 anos). Uma família não concordou com a ideia e uma borboleta foi colocada para representar a 12º criança. 


Escola onde ocorreu o crime





Memorial










Balas No Altar

Somos de fato amados?
O que é crença e o que é crime?
Celestial? Fora da mente de alguém?

Pessoas amam, estimam
E afagam quem crucificaram
Como vitimas fingimos chorar

Tragédia, fim dos dias?
Ou é só a cegueira de um homem
Lealdade ou fanatismo?
Sem esperança, isso me faz sentir tão solitario

Homicídio
Crime
Um tiro
Agonia
Você repousa as balas no altar

E você morre
E você mata
Morto por dentro
Você revela
Sua aberração sob sua fé

Tomando sonhos, tomando vidas
Tomando anjos dos braços da inocência
Priorado, casa da dor!
Fincando pregos na chuva fria

Mas eu sinto o fim da tempestade
E o libertar das doze almas presas
Quando vermos as cruzes queimando para aliviar

Recorremos ao desconhecido
Para deixar nossa culpa pra trás
Piedade não irá apagar suas mentiras
Encare a evidência de que Deus é algo para aliviar
O céu é a liberdade e o inferno é aqui

Tomando sonhos, tomando vidas
Tomando anjos dos braços da inocência
Priorado, casa da dor!
Fincando pregos na chuva fria

Mas eu sinto o fim da tempestade
E o libertar das doze almas presas
Quando vermos as cruzes queimando para aliviar

Agora eu vejo o fim da tempestade
E vislumbro as doze almas ensinadas
Elas estão livres em algum lugar descansando nas memórias

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