segunda-feira, 18 de abril de 2016

Música: Armahda
Banda: Armahda
Álbum: Armahda (2013)
Compositores: Mauricio Guimarães/ Renato Domingos



Capa do Álbum:





A Revolta da Armada



A recém criada república estava dando seus primeiros passos no Brasil, mas teve de lidar com diversas revoltas que colocavam risco a permanência da mesma. No ano de 1891 foi eleito presidente do país o marechal Deodoro da Fonseca. Seu governo foi marcado por uma grande instabilidade econômica, além da dificuldade de se negociar com as bancadas dos estados, principalmente com os cafeicultores, que eram de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Deodoro resolve tomar uma medida radical, propõe estado de sítio e fechou o congresso nacional. Assim unidades da marinha, sob a liderança do Almirante Custódio José de Melo, ameaçam bombardear o Rio de Janeiro. No dia 23 de novembro de 1891, Deodoro renuncia nove meses de gestão, por medo de ocorrer uma guerra civil.
Após esse fato, sobe ao poder Floriano Peixoto, que era o vice-presidente. Floriano assumiu com apoio dos cafeicultores, Custódio de Melo ascendeu ao ministério da guerra e em um primeiro momento, houve uma certa estabilidade politica. Mas isso durou pouco tempo, pois a posse de Floriano era de caráter provisório, a constituição previa que seriam convocadas novas eleições se o cargo de presidente ficasse vago antes de dois anos de mandato, o que não foi feito sob a alegação de que isso só era válido para presidentes eleitos diretamente e Deodoro e ele haviam sido eleitos por voto indireto do congresso, sendo acusado de exercer a presidência de forma ilegal.
Outro fator que também gerou insatisfação, foi o apoio de Floriano ao civil Prudente de Moraes nas próximas eleições, assim a marinha se sentia cada vez mais desprestigiada politicamente e perante o exército devido os dois primeiros presidentes serem do mesmo, assim tinham o anseio de que Custódio de Melo assumisse a presidência. No dia 6 de setembro de 1893 um grupo de altos oficiais da marinha exigiu que as eleições fossem convocadas imediatamente, dentre esses oficiais estavam Custódio de Melo e Luís Filipe de Saldanha da Gama.
Em 13 de setembro do mesmo ano, com a recusa de Floriano ao que foi exigido, navios da armada partiram novamente (como fora com Deodoro) em direção a baía de Guanabara mas dessa vez não ficaram só na ameaça e iniciaram um bombardeio aos fortes do exército no litoral carioca. A rebelião dos marinheiros não conquistou muitos adeptos no Rio de Janeiro. A frota da marinha era composta de 30 embarcações. Com o bombardeio de 7 fortes em Niterói houve a necessidade de transferir a sede do governo para Petrópolis afim de ela não ser atingida, Mas não obtém êxito e decidem partir em direção ao sul do Brasil com a intenção de seguir com a revolta. Chegando na cidade de Desterro buscaram uma aliança com a revolução federalista que acabou por não acontecer.
Assim Floriano com o auxilio do exército e do partido republicano paulista, consegue em 1894 reprimir a revolta e se manter no governo. Portanto é sobre esse acontecimento da história do Brasil que a letra da música Armahda da banda que leva o mesmo nome da canção faz referência.



Deodoro da Fonseca




Floriano Peixoto






Custódio de Melo




Saldanha da Gama










Segue a letra em português


Armahda


Eles calaram nossas vozes, duas vezes nós sangramos
Eles juraram lealdade
E nós não vamos esquecer
A história se repete
A terra e o mar através das tempestades
Devem duelar
Atrás da cortina
O marechal fica
Com patriotas falsos
Sob o comando
Seus canhões estão enfrentando
O fim

Momentos de glória
Vamos sempre lembrar
Fuzileiros navais estão prestes a conquistar

Tiranos cairão
Nossa nação continuará grande
Nós vamos passar
Armahda

O poder chamou-o para longe da luz
Sim, eu poderia ver
Através de seus olhos

O guarda, ele era destinado a liderar
Mas é o nosso destino
Nós possuímos os mares
Venha navegar nas ondas
Prepare os navios
Sem volta, ataque, resista
Deixe-nos, ou
Venha para o nosso lado

Momentos de glória
Vamos sempre lembrar
Fuzileiros navais estão prestes a conquistar

Tiranos cairão
Nossa nação continuará grande
Nós vamos passar
Armahda

Agonia, peste e miséria
Mentiras de almirantes que afundam a nação
Os que outrora lutaram ao meu lado
Falam em liberdade.

E eu lhes digo
Não!

Momentos de glória
Vamos sempre lembrar
Fuzileiros navais estão prestes a conquistar

Tiranos cairão
Nossa nação continuará grande
Nós vamos passar
Armahda












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